De aeródromo a aeroporto: a trajetória do Aeroporto de Bacacheri nos seus 45 anos

Aeroporto Bacacheri. Foto: Google Earth

Pode-se conjecturar que foi a partir do primeiro sobrevoo de uma aeronave sobre os céus curitibanos, em 01 de abril de 1914, sob o comando do piloto brevetado na escola sa Étamps, Cícero Arsênio de Souza Marques, que se despertou na sociedade paranaense o desejo e o interesse pelo fantástico e emergente mundo da aviação.

aram-se algumas décadas, as 1ª e 2ª Guerras Mundiais, e centenas de aeronaves, antes empregadas nos combate aéreos, ficaram disponíveis para o transporte de malas postais e de carga aérea, num tempo em que não existia internet, tampouco GPS. No entanto, faltavam pilotos habilitados, principalmente no Brasil.

Foi nesse contexto que se desenvolveu as atividades de aviação civil e militar no Aeródromo da Graciosa, posteriormente renomeado para Aeródromo de Bacacheri. A fundação do Aeroclube do Paraná, em 9 de janeiro de 1932, exerceu um papel decisivo para o fomento da aviação no local, formando centenas de pilotos que contribuíram para o desenvolvimento da aviação comercial brasileira, instigando ao mesmo tempo a população curitibana por meio da promoção recorrente de atividades aero desportivas, e dentre elas, as tradicionais Revoadas das Velhas Águias.

A modernidade havia chegado, e a empresa área Aerolloyd Iguassú nos seus comerciais proclamava as vantagens do transporte aéreo para percorrer o trecho São Paulo a Curitiba/Bacacheri em apenas 2h10min em detrimento às sofridas 27h de viagem de trem no mesmo percurso.

Em 31 de março de 1980, em função das obras de infraestrutura realizadas pelo Governo Federal, o aeródromo de Bacacheri a ao status de “aeroporto”. Já na década seguinte, inicia a operação da aviação comercial com rotas muito atrativas, e dentre elas, pontes aéreas para São Paulo e Rio de Janeiro.

Nos dias de hoje, mais de 500 trabalhadores compõem o ecossistema do aeroporto, atuando na prestação de serviços aéreos especializados, tais como oficinas de manutenção aeronáutica, táxi aéreo, transporte aeromédico, voos panorâmicos, escola de aviação, além da oferta de hangaragem de aeronaves próprias e de terceiros. Ainda, instituições públicas federais e estaduais de Segurança Pública mantêm no aeroporto suas bases estratégicas para operação em todo o Estado do Paraná.

Em 2024, sob a gestão da CCR Aeroportos, um novo marco foi alcançado: a compatibilização completa de toda a infraestrutura aeroportuária aos padrões de segurança nacionais e internacionais exigidos pelas autoridades regulamentadoras. Um bom exemplo foi a implantação de RESA (Área de Segurança de Fim de Pista) em ambas as cabeceiras, o que proporciona mais segurança aos pilotos.

O reflexo dessas intervenções já se observa nos números constantes no Anuário de Transporte Aéreo de 2024, divulgado recentemente pelo Departamento de Controle de Espaço Aéreo (DECEA): o aeroporto ocupou a 25ª posição no ranking nacional entre os aeroportos mais movimentados do Brasil e a 1ª posição nesse nicho de aviação considerando os três estados do Sul do Brasil, tendo processado 32.211 operações de pouso e decolagem, o que representou um incremento de 5,8% em relação a 2023.

Dessa expressiva movimentação, ainda segundo o anuário, 39,7% das operações tiveram como destino voos sobre a cidade de Curitiba e arredores, o que denota o contínuo e importante emprego aerodesportivo e de formação de pilotos, principalmente por meio das atividades de base promovidas pelo Aeroclube do Paraná.

Por sua vez, os destinos mais viajados pelos demais ageiros foram Santa Catarina (Aeroporto Costa Esmeralda, em Porto Belo), Maringá (Aeroporto Regional de Maringá) e São Paulo (Aeroporto Campo de Marte).  No que se refere ao perfil das aeronaves mais utilizadas, a família “King Air” (bimotores de pequeno porte e alta performance para uso executivo) representou 16,1% das operações, o que reafirma a vocações do aeroporto no atendimento da aviação geral e executiva.

Portanto, a favor da sociedade como imprescindível equipamento público urbano, o Aeroporto de Bacacheri segue pujante nos seus 45 anos, conectando e levando cada vez mais pessoas a seus destinos, contribuindo para o desenvolvimento social e econômico da capital e do Estado do Paraná.

*Wilson Rocha, Gerente do Aeroporto do Bacacheri e Mestre em istração pela Universidade Positivo

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