Um clube sem mensalidade e com diversão garantida para todos os públicos e bolsos. Um bar enraizado com a simplicidade sem deixar de lado a qualidade de um prato elaborado com especiarias para a alma. O Gente Fina Social Clube, no bairro Bacacheri, em Curitiba, com menos de dois meses de fundação já virou sensação e ponto obrigatório de parada aos botequeiros da cidade.
O Gente Fina, localizado na Rua México, foi inaugurado no fim de março com uma proposta casual. A ideia é ter um misto de boteco, restaurante e petiscaria, sem frescura. No cardápio que não é QR Code, o cliente vai encontrar x-salada, frango de padaria, vaca atolada, galinha caipira com polenta, espetinho, filé de igreja, dobradinha e até língua com ervilha.
A responsáveis por essa ideia são o Ewerton Antunes e o Munir Omeiri. Experientes no ramo dos bares e restaurantes de Curitiba, a dupla utiliza a estratégia dos antigos comerciantes, ou seja, o atendimento é na base da simplicidade e da simpatia. Um boa noite, o que deseja, seja bem-vindo, são palavras escutadas com frequência na entrada do Gente Fina. Aliás, além da boa educação, os garçons aparecem com gravatas borboletas amarelas.
“Eu queria um projeto de um bar com estilo tradicional e da lembrança que tenho de clubes no interior quando comia uma x-salada com uma Coca-Cola, é simples e gostoso. É um espaço nostálgico com cozinha rustica e mais antiga com vaca atolada, língua com ervilha, polenta na chapa, filé de igreja, espetinho, moela. As pessoas estão gostando, estou bem feliz. É uma cozinha com sustância”, disse Ewerton, natural de Cascavel, região oeste do Paraná, e um dos grandes expoentes do comércio de Curitiba com o Porcini, Kan, Italy Caffe, La Campesina, e o Otelo, o bar mais democrático da capital paranaense.
E esse modelo de gestão que busca retomar as origens seja no alimento que traz lembranças faz diferença no resultado. Segundo Munir, um curitibano nascido no Centrão, os comentários dos fregueses fazem valer o suor do serviço que inicia horas antes da abertura do bar.
“Hoje a dedicação é totalmente voltada para o Gente Fina. A busca pelo melhor atendimento é diária. Isso me deixa muito feliz e realizado. A cada dia que a, principalmente pelo positivo que temos de nossos clientes, vejo que todo trabalho está valendo a pena. O Gente Fina é um bar com características únicas de um ambiente acolhedor e descontraído”, ressaltou Munir.
E uma curiosidade surgiu no dia em que estive no bar. Uma cliente foi até a mesa em que os donos estavam e elogiou a forma que foi atendida. “Isso é muito gostoso, mas o costume quando isso ocorre é de ser uma cobrança ou algo que não saiu legal”, comentou Ewerton. A responsável por essa nobre ação foi a Jaqueline Gonçalves. “Achei muito top e recomendo. Fiz questão de vir na mesa deles e elogiar o atendimento. Eles estão no começo e torço que continuem assim”, valorizou a analista de cobrança.






Bacacheri e a vaca Chérie
Estar no Gente Fina é resgatar a boemia utilizando a nostalgia e a identidade local. Utiliza-se uma técnica modernista chamada cobogó, uma denominação dada ao elemento vazado, normalmente feito de barro ou cimento, que completa paredes e muros para possibilitar maior ventilação e luminosidade no interior de um imóvel. A iluminação traz um ambiente de aconchego tendo a ótima companhia de colagens de lambe-lambe e quadros da história de Curitiba e do bairro Bacacheri. “É garimpagem e pesquisa. Ali da entrada na parte interna, comprei quadros em um antiquário no Orleans de uma Curitiba antiga, com muito do Bacacheri, o Cindacta, as ruas, a neve. Respeitamos o lugar que estamos, é a cultura mesmo não tendo vivido. Tudo é bem original, é um lugar de Gente Fina”, brincou Ewerton.
Algo espetacular dentro do Gente Fina é retratada nos fanzines colocados nas mesas. Conta-se um pouco do cardápio como a deliciosa caipira Luiz Gonzaga (caju com rapadura e cachaça de alambique) e ainda sobre a lenda de uma vaca que deu o nome ao bairro. Conta-se popularmente que um fazendeiro francês perdeu o animal e saiu gritando “baca cherry”. Isso mesmo, “baca” era a tentativa dele de falar “vaca” em português e “cherry” é “querida” em francês.
“Tudo dentro do Gente Fina tem o esforço é de todos. Todos se envolvem e ajudam para o melhor. Os amigos/vizinhos que temos conquistado ao longo dos 6 meses de obra e agora com 40 dias de bar aberto nos prestigiando a cada dia”, avaliou Munir.
Ainda dentro do ambiente interno, espaço kids, palco aos músicos com imagens de ícones da música, roleta de ônibus, quadros e banheiros com lindas homenagens. No masculino, ilustrações do futebol brasileiro e mundial, e no feminino a valorização de mulheres que são destaques como Fernanda Montenegro, Rita Lee, Marta e Madonna. Um ponto que precisa ser escrito é a presença da chefe Indianara Barbosa, uma mulher com “mãos de fada”.





Um bar Gente Fina
Gente fina é uma expressão genuinamente brasileira que pode ter significados diferentes, mas que geralmente se refere a pessoas consideradas de boa procedência, com bom comportamento, educação ou que pertencem a uma classe social alta. No caso do bar, o Gente Fina reforça o lado legal das pessoas e de estar perto de amigos.
“Essa atmosfera é especial das pessoas na verdadeira essência. Uma pessoa gente fina é alguém agradável. Meus melhores amigos são gente fina, é simples assim. Não existe tradução para outros idiomas como a palavra saudade. Onde você conhece as pessoas gente fina? No bar comendo torresmo, bebendo um chope e saindo feliz”, resumiu o gente fina Ewerton.
Mais que um bar ou um comércio, o local é um espaço de celebração da vida e o encontro da gastronomia com o chope bem tirado, motivos para agradecer por ter perto da gente um lugar em que todos os piás e gurias são gente fina.





Bar Gente Fina Social Clube
Endereço: Rua México, 86 – Bacacheri, Curitiba.
Funcionamento: Terça a sexta 17:00 às 00:00
Sábado 12:00 às 00:00
Domingo 12:00 às 16:00
Instagram:bargentefina
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