No dia 25 de junho de 2016, será realizado em Curitiba a “Aula-Espetáculo” de Antonio Quinet, junto com a Cia. inconsciente em Cena, uma comédia chamada “A Outra cena da Bela Açougueira – uma Desmontagem”. Essa Aula-Espetáculo é uma nova forma de transmissão da psicanálise criada por Antonio Quinet para transmitir pela via do teatro os conhecimentos da psicanálise.
Com esse termo de aula espetáculo pretendemos acrescentar mais uma dentre as diversas modalidades de transmissão da psicanálise. A transmissão pela via artística, pelo ato teatral: o espetáculo. E trazer o Inconsciente para o real da cena. Eis trans-missão da Cia. Inconsciente em Cena: levar através do teatro para o espectador o saber sobre o inconsciente, a subjetividade, o desejo e seus destinos, os conflitos do sujeito que se deposita no divã, nas Escolas e Sociedades de psicanálise e nas universidades.
A transmissão da arte enquanto verdade – verd’arte – está para além da função de comunicação da linguagem e para além do didatismo da sala de aula. Ela visa despertar no espectador, junto com sua compreensão, algo que toque nos afetos: o horror e a compaixão, no caso da tragédia, o riso e o ridículo, no caso da comédia, mas também surpresa, estupor, curiosidade, deleite, angústia, etc. e sempre o entusiasmo e o desejo de saber. E que toque também no Inconsciente e assim provocar associações, insights, resgatar lembranças, descobrir novas idéias. Há um real em jogo na arte que é transmitido, na medida em que o objeto artístico se encontra no lugar de objeto a para o espectador, ou seja, de causa de desejo. E assim provocar a divisão subjetiva e o abalo das certezas e convicções para se deixar abrir ao novo.
Entre o espectador e o ator há o discurso do Outro – a linguagem que estrutura o inconsciente. Entre o eu do ator e o eu do espectador há o Inconsciente do ator com seu corpo e sua subjetividade à serviço da arte, e também do autor e do encenador que no aqui e agora da cena toca o sujeito do desejo. A transmissão do Inconsciente como discurso do Outro atravessa a barreira do imaginário e causa o desejo, afeta o ser do sujeito espectador. Como uma sessão de análise aquele encontro é único e jamais se repetirá. É um ato de uma vez só.
“Não é a mesma coisa, diz Lacan, ler Hamlet e vê-lo ser representado. Como melhor ilustrar a função do Inconsciente como discurso do Outro do que a experiência da relação da audiência com Hamlet"M627.409,331.563L512.604,306.07c-44.69-9.925-79.6-46.024-89.196-92.239L398.754,95.11l-24.652,118.721
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