Se tem dois caras que, aos poucos, conquistam cada vez mais espaço, cada um no seu gênero musical (pagode e sertanejo), são Ferrugem e Gustavo Mioto. Um fazendo samba e o outro sertanejo, mas ambos com carreiras que estouraram tão de imediato que nem parece que antes de conseguirem o auge lutaram muito. Essa dupla se apresentou em Curitiba na última sexta-feira (12) e lotou o Reconcert, na Usina 5, com dois shows agitadíssimos.

À Tribuna do Paraná, Ferrugem, que começou a tocar em casa aos 13 anos, hoje pode ser considerado como um dos principais nomes do estilo musical que faz, disse que a ficha até já caiu, mas não se permite ficar ‘se achando’ com o mérito. “A responsabilidade é grande, mas lido com naturalidade. Não fico pensando nisso o tempo todo não”, revelou o cantor, que foi conquistando seu espaço aos poucos, desde 2009.

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Segundo o sambista, que é carioca, mas teve um dos seus primeiros públicos iradores no Sul do Brasil, o que tem se importado atualmente é de fazer o que gosta bem feito. “Gosto muito de tocar, cantar, que tenha gente para me assistir. Pensar que eu sou um dos principais nomes do gênero não é algo que martele na minha cabeça e que faça sentir algum tipo de consciência a não ser a responsabilidade de carregar esse título, que foi a galera que deu, não foi eu que dei. O público me carrega e me leva para onde bem entenderem”.

Foto: Lucas Sarzi/Tribuna do Paraná.
Foto: Lucas Sarzi/Tribuna do Paraná.

Com alguns hits emplacados e algumas das músicas entre as mais ouvidas, como Sinto Sua Falta, É Natural e, claro, Atrasadinha, que gravou em parceria com Felipe Araújo, Ferrugem aos poucos percebe que seu espaço no samba está se firmando e pensa, sim, em buscar novos horizontes como carreira internacional. “É um pouco mais complicado. Tenho planos sim e temos uma gravadora que é a nível mundial, a Warner Music, então acredito que quando tivermos um projeto concretizado vão abraçar a causa e vamos fazer essa tentativa. Não custa nada tentar, já que as coisas estão acontecendo aqui, por que não acontecer lá? Mas primeiro tenho que aprender a falar inglês”, brincou o cantor.

Foto: Lucas Sarzi/Tribuna do Paraná.
Foto: Lucas Sarzi/Tribuna do Paraná.

Nas plataformas digitais, Ferrugem carrega consigo números grandiosos: são mais de 4 milhões e meio de ouvintes só no Spotify. Deste público todo, quase 250 mil ouvintes mensais estão em Curitiba, que é a quarta cidade que mais ouve o som e é uma das capitais que mais abraçou Ferrugem. “Fazendo uma análise desde quando viemos pela primeira vez em Curitiba a gente tocou numa casa bem pequena. Voltamos numa próxima vez e a casa já era bem maior. As coisas foram acontecendo e a gente começou a esgotar ingressos em Curitiba”, lembrou o cantor.

O show do Reconcert foi feito para mais de 5 mil pessoas e só reforçou a ideia de que Ferrugem está, sim, no auge. “Um super evento, dividindo palco com o Gustavo Mioto, que é do sertanejo. Isso só mostra que o samba está tomando de novo a notoriedade dos anos 90”, avaliou.

Para Ferrugem, em um meio musical dominado pelo pop, sertanejo e funk, perceber que o pagode e o samba estão fortes novamente é algo digno de comemoração. “Podemos dizer que estamos vivendo o momento dourado do samba novamente. Hoje nós podemos cantar em qualquer ambiente, em qualquer evento, para qualquer público, que a galera está abraçando”, comemorou. Veja a entrevista completa:

Sertanejo suave

Podemos dizer que o trabalho de Gustavo Mioto vem no mesmo embalo que o de Ferrugem, embora os dois tenham estilos diferentes. O cantor, que é de Votuporanga, São Paulo, tem feito muito sucesso por onde a, mas também não é de hoje: começou a carreira em meados de 2012. Seu primeiro hit, Impressionando os Anjos, até hoje é uma das músicas que mais emociona o público. “E pra mim, ver as pessoas se emocionando é um misto de sentimentos”, revelou Gustavo.

Segundo o cantor, toda vez que toca a música no show, ele também se emociona. “Na minha cabeça, nunca vai deixar de ser especial quando canto essa música, porque foi a minha primeira que teve expressão nacional. Além disso, é composição minha, então enquanto eu vejo as pessoas emocionadas, penso que ‘naquele dia, naquela hora, eu estava sentado no sofá e soltei a frase ‘impressionando os anjos pela sua risada’. É um misto de coisa que a pela cabeça”.

Com um sertanejo mais leve, numa pegada quase que em sua maioria romântica, Gustavo pouco a pouco vai ganhando seu espaço. O rapaz, de 22 anos, tem pouco mais de 4 milhões de ouvintes mensais no país e Curitiba está, também, como a quarta cidade que mais ouve, com aproximadamente 240 mil ouvintes mensais. “É uma cidade sempre muito incrível comigo, desde a primeira vez que pisei aqui. A galera sempre soube cantar tudo, não sei o que tem na internet aqui que deve ser mais rápida e chega antes aqui”, brincou o cantor.

Foto: Christopher Bueno/Divulgação.
Foto: Christopher Bueno/Divulgação.

Em dezembro de 2018, Gustavo soltou na internet o clipe de sua nova música de trabalho, Solteiro Não Trai, e  mais uma vez Curitiba tem relação com isso: a gravação foi na capital paranaense. “Torcíamos para que essa música fosse grande e a repercussão está sendo incrível. É uma das 10 músicas mais ouvidas nas rádios, está em boa posição nas plataformas, então podemos dizer que Curitiba foi pé quente então não tem como não gostar da cidade, né"M627.409,331.563L512.604,306.07c-44.69-9.925-79.6-46.024-89.196-92.239L398.754,95.11l-24.652,118.721 c-9.597,46.215-44.506,82.314-89.197,92.239l-114.805,25.493l114.805,25.494c44.691,9.924,79.601,46.024,89.197,92.238 l24.652,118.722l24.653-118.722c9.597-46.214,44.506-82.314,89.196-92.238L627.409,331.563z"/>