A ocupação de leitos de UTI SUS por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em Curitiba está dentro do esperado, de acordo com a prefeitura. Situação bem diferente de Itajaí, em Santa Catarina, cidade que fica a cerca de 200 km de Curitiba.
A maior cidade do Litoral Norte catarinense decretou emergência em saúde pública na segunda-feira (06), em função da alta demanda na rede pública de saúde por atendimento de casos SRAG. A capital, Florianópolis, também está em situação de emergência em saúde pública desde a última quinta-feira (1°), por causa do aumento dos casos de síndrome na cidade.
“Uma das coisas que nos ajuda a fazer uma predição é a cobertura vacinal. São geralmente os vírus respiratórios como sincicial, influenza e o vírus da COVID, o SarsCov 19, que circulam neste período. A gente tem menos impacto em termos de gravidade da doença, quando a cobertura vacinal é boa”, explica a médica infectologista e professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sônia Raboni.
Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Curitiba, foram registrados 1.020 casos de SRAG de janeiro até o final de abril deste ano. Em 2024, no mesmo período, foram 1.289. Em 2023, 1.193. Ainda conforme a prefeitura, a taxa de ocupação geral (todas as causas) dos leitos clínicos na capital paranaense está em 75%.
Entre o dia 30 de março até 3 de maio, foram registrados 49.392 atendimentos por sintomas respiratórios na rede SUS em Curitiba. A média histórica deste período é de 61.771. No período anterior ainda de 2025, entre 23 de fevereiro a 29 de março, foram 44.047. Ou seja, abaixo da média histórica deste período que é de 49.604.
Como estão os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave no Paraná
No Paraná, de acordo com dados do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), foram notificados 6.603 casos entre janeiro e maio de 2025. No mesmo período do ano ado o número era de 7.030 casos.
Com relação aos leitos de UTI SUS, conforme dados de terça-feira (06) da Central de o a Regulação do Paraná (CARE), entre os 1.502 pacientes (adultos) internados em UTI no Paraná, 43 estavam por algum tipo de SRAG. Com relação aos internamentos na UTI pediátrica, são 102 internamentos e destes, sete por algum tipo de SRAG.
Os dados estaduais e da capital estão separados porque o CARE não inclui dados de Curitiba, que possui sistema próprio.
Cuidados simples podem evitar disseminação dos vírus respiratórios
Sônia, médica que participou das pesquisas da vacina contra covid-19, também ressalta outros fatores que podem contribuir para a disseminação dos vírus.
“Outro fator pode ser os próprios cuidados em evitar a disseminação. Então se eu tenho uma criança doente, não levar essa criança na escola, evitar contato com outras crianças. Evitar contato com o idoso que também pode fazer uma infecção um pouco mais grave. Se a gente tiver um cuidado mais atento para isso também pode diminuir o impacto dessa circulação viral que ocorre todo ano nesse período”, afirma a infectologista.
Como está a vacinação contra a gripe no Paraná
No sábado (10), acontece o Dia D de vacinação contra a gripe em todo o Paraná. O foco é tanto na atualização da caderneta de vacinação como na aplicação da vacina contra a gripe. A ação será realizada em parceria com os municípios e envolverá unidades de saúde de todo o estado.
Segundo a Sesa, até a última segunda-feira (05), foram aplicadas 877.365 doses da vacina contra a Influenza em todo o estado, o que representa uma cobertura vacinal de 16,38% entre os grupos prioritários. A meta estadual é aplicar 300 mil doses na população em geral.
O processo de confirmação das salas de vacina está em finalização, e tudo já está praticamente pronto para a ação. “Estamos confirmando todos os locais abertos nesse dia. Mais de 10 mil profissionais estarão de prontidão em todo o Paraná para vacinar. Esperamos atingir o maior número de pessoas e alcançar ou superar a meta prevista”, disse a chefe da Divisão de Vigilância do Programa de Imunização da Sesa, Virgínia Dobkowski Franco dos Santos. Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba orienta que todos os convocados procurem se vacinar o quanto antes.
Até o momento, foram aplicadas 181,4 mil doses da vacina contra influenza em 2025, desde o início da imunização em 1 de abril. A cobertura do público de rotina (pessoas com 60 anos ou mais, crianças de 6 meses a 5 anos e gestantes) atualmente está em 27%. A meta é vacinar 90% deste público.
Curitiba teve 52 mortes por influenza no ano ado
Em 2024, foram 52 mortes por influenza em Curitiba – este número só é menor do que o registrado na série histórica em 2009, durante a pandemia do A H1N1, quando ocorreram 53 óbitos por gripe. Das 52 mortes ocorridas em 2024, 50 foram de pessoas com 60 anos ou mais, 49 tinham algum tipo de comorbidade e 41 não tinham se vacinado.
Neste sábado, 23 unidades abrirão em horário alternativo, das 8h às 15h, em todas as regionais de Curitiba. O objetivo é oportunizar às famílias horários alternativos, para que todos coloquem a carteira vacinal em dia.
