Encravada na região de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, a Gruta do Bacaetava é um tesouro natural que guarda histórias milenares e formações rochosas impressionantes. No entanto, um de seus episódios mais inusitados e pouco conhecidos remonta à Segunda Guerra Mundial, quando a escuridão úmida de suas cavernas se tornou um refúgio para imigrantes italianos fugindo do conflito.
Segundo guias especializados no ponto turístico, durante os anos de 1939 a 1945, com a eclosão da guerra e a perseguição a cidadãos de países do Eixo no Brasil, um grupo de imigrantes italianos encontrou abrigo na Gruta do Bacaetava. Eles teriam se escondido no local por cerca de três meses, vivendo em um breu quase total para escapar das represálias. Essa história revela um lado humano e dramático da gruta, que transcende sua beleza geológica.
+ Leia também: Festival gastronômico mobiliza 48 estabelecimentos de Colombo; veja a lista
Com seus cerca de 300 metros de extensão — e um complexo subterrâneo que se estende por mais de 1.400 metros — a Gruta do Bacaetava é um patrimônio espeleológico formado ao longo de 600 milhões de anos pela ação do Rio Bacaetava, que ainda corre em seu interior.
Suas estalactites e estalagmites esculpem paisagens subterrâneas que encantam os visitantes, revelando figuras como uma “abóbora” e até uma “caveira” formadas naturalmente nas rochas.
Hoje, o local é um Parque Natural Municipal, aberto à visitação e um dos principais pontos turísticos de Colombo. O termo “Bacaetava” em tupi-guarani significa “casa de pedra furada”, um nome que se encaixa perfeitamente nesse santuário subterrâneo que, além de sua grandiosidade natural, abrigou vidas em um dos períodos mais conturbados da história mundial.
+ Leia mais: Boteco raiz em grande bairro de Curitiba mantém tradição há 74 anos
A visitação é guiada, com arelas que facilitam o o e garantem a segurança, permitindo que o público ire de perto as formações geológicas e sinta a temperatura característica do interior da caverna. É uma experiência que convida à reflexão sobre a resiliência humana e a capacidade da natureza de oferecer abrigo em momentos de necessidade.
Os interessados em visitar o local precisam fazer reserva pelo site do parque. Mais informações pelo telefone (41) 98861-8336.
