A atenção à saúde feminina é sempre um desafio, especialmente quando as mulheres dividem seu tempo entre os papéis de profissionais, mães, donas de casa, apoio da família — e acabam deixando de lado o próprio bem-estar físico e mental.
O dia 28 de maio — Dia Internacional de Ação pela Saúde da Mulher — serve como um alerta sobre a importância da saúde e do autocuidado, para além da estética. A data foi instituída em 1984, na Holanda, para discutir questões fundamentais, como a mortalidade materna, o câncer de mama, a depressão e a obesidade.
Segundo a Dra. Nadia Haubert, nutróloga e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), não é raro que a mulher ultrae seus limites diante das múltiplas tarefas impostas pela vida moderna. Essas mudanças no estilo de vida comprometem o autocuidado e a prevenção de doenças, refletindo-se no aumento de casos de câncer e problemas cardiovasculares, por exemplo.
“A saúde da mulher é única em cada etapa da vida, devido às transformações do próprio organismo. As oscilações hormonais podem trazer desconfortos físicos, variações de humor e alterações no estado emocional. Buscar equilíbrio nesse universo é crucial”, observa a especialista, que dá 10 dicas de como driblar esses altos e baixos:
1. Autocuidado como pilar da saúde
Busque manter a autoestima e o equilíbrio emocional, reservando momentos diários para atividades que promovam o bem-estar mental: meditação, leitura e contato com a natureza.
2. Sono de qualidade
Durma de 7 a 9 horas por noite, mantendo horários regulares e em um ambiente escuro e silencioso. Uma boa noite de sono regula hormônios e auxilia na recuperação muscular e cognitiva.
3. Alimentação equilibrada
Refeições em horários fixos estabilizam o metabolismo e regulam a secreção hormonal. Priorize alimentos in natura: frutas, verduras, legumes, cereais integrais, leguminosas e proteínas magras, pois fornecem macro e micronutrientes que modulam o sistema imunológico e hormonal.
4. Atenção a micronutrientes-chave
Cálcio e vitamina D trazem proteção óssea, importantes no climatério; ômega-3 tem ação anti-inflamatória, benéfica para a saúde cardiovascular e cerebral; e o ferro auxilia na prevenção da anemia, comum em fases de menstruação intensa.
5. Suplementação individualizada
Sempre consulte um especialista para realizar exames e identificar possíveis deficiências. Evite a autoprescrição de vitaminas e minerais.

6. Atividade física regular e prazerosa
A atividade física melhora a composição corporal, reduz o risco cardiovascular, equilibra hormônios e alivia sintomas de ansiedade e depressão. Combine:
- Exercícios cardiorrespiratórios (caminhada, corrida, ciclismo): 150 min/semana;
- Força e resistência (musculação, pilates): 2 vezes/semana;
- Alongamento e relaxamento (yoga, alongamentos): diariamente.
7. Gestão do tempo e limites saudáveis
Priorize e delegue. Liste suas tarefas diárias, identifique o que pode ser delegado — como tarefas domésticas ou trabalho burocrático —, e aprenda a dizer “não” quando necessário.
8. Pausas ativas
A cada 60 a 90 minutos de trabalho, faça pausas de 5 a 10 minutos para alongar, caminhar e beber água. A hidratação é fundamental para a termorregulação, saúde renal e transporte de nutrientes.
9. o a cuidados integrais e humanizados
Realize consultas regulares: ginecológica, nutrológica, psicológica. Informe-se sobre serviços de saúde que ofereçam um atendimento multidisciplinar.
10. Não se acostume com dores e cansaço
A falta de qualidade de vida não deve ser encarada como algo normal. Busque orientação médica quando esses sintomas impactarem sua rotina.
Importância dos hábitos saudáveis na rotina
Ter hábitos saudáveis traz qualidade de vida. “Recuperar a autonomia sobre o corpo significa adotar um estilo de vida leve e verdadeiramente adequado à realidade de cada mulher. Quando se escuta, cuida e respeita as próprias necessidades, se ganha saúde, disposição e qualidade de vida — beneficiando não apenas a si mesma, mas também quem está ao seu redor”, finaliza a Dra. Nadia Haubert.
Por Edna Vairoletti
