A capital paranaense se prepara para uma celebração musical única: os 40 anos da Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP). Em comemoração à data, a Agência Estadual de Notícias mergulhou nos bastidores do conjunto que encanta curitibanos e visitantes há quatro décadas.
“A orquestra sinfônica é uma das maiores representações de uma interação, de uma integridade não só musical, mas também como humanidade”, revela Roberto Tibiriçá, maestro da OSP. Essa integração se traduz em uma organização meticulosa, digna do termo “orquestrado”.
A OSP é composta por três famílias instrumentais: cordas, sopros e percussão. Cada grupo ocupa uma posição estratégica no palco, criando uma paisagem sonora única. As cordas, lideradas pelos violinos, formam o coração da orquestra. Logo atrás, os sopros de madeira atuam como ponte para os metais, enquanto a percussão, ao fundo, adiciona potência e ritmo.
Alexandre Brasolin, violinista da OSP, explica como o tamanho da orquestra varia conforme a peça. “Se vamos fazer um Mozart, usamos uma média de 40 a 50 músicos. Agora, se for fazer um Tchaikovski já sobe para uns 80 ou 90 músicos”, revela.
A família das cordas, a mais numerosa, serve como base para as composições. “Dependendo do compositor, há momentos em que se abre a harmonia, a melodia pode estar nos violoncelos ou nos violinos, enquanto os outros fazem a harmonia ou outro desenho”, detalha Brasolin.
Os sopros, divididos entre madeiras e metais, adicionam cores sonoras únicas. Sebastião Interlandi Junior, flautista da OSP desde sua fundação, compara o som dos instrumentos. “A flauta tem um som brilhante, que evoca a luz. O trombone é uma coisa grave e potente”.
No fundo do palco, a percussão traz a força e a ancestralidade da música. Márcio Szulak, percussionista da OSP, destaca a versatilidade dos músicos. “Em uma mesma música, acabamos tocando vários instrumentos”, revela.
Regendo esse conjunto, o maestro usa movimentos precisos para guiar os músicos. “A mão direita do maestro é como o acelerador de um carro”, explica Tibiriçá. “A mão esquerda é a mão do coração, que dá a expressividade à obra”.
Para celebrar suas quatro décadas, a OSP realizará três apresentações especiais em maio e junho, executando a “Sinfonia nº 2” de Gustav Mahler. Uma websérie documental também será lançada, permitindo que os curitibanos mergulhem ainda mais fundo na história desta instituição que é motivo de orgulho para a cidade.
