O presidente do Coritiba, Samir Namur, relacionou as conquistas recentes do Athletico ao crescimento patrimonial do rival à base de uma “injeção de valores altíssimos de dinheiro público” na reforma da Arena da Baixada. A declaração foi dada ao podcast Dinheiro em Jogo, do jornalista Rodrigo Capelo.
Samir foi questionado se a disparidade atual entre Coxa e Furacão poderia ser uma oportunidade de crescimento. O dirigente coxa-branca começou respondendo que a necessidade de resultados do Alviverde não depende de outros clubes “por conta da tradição e grandeza” do Coritiba, mas foi além e alfinetou o rival.
“Especialmente institucionalmente é importante posicionar que a forma de crescimento dos clubes — e por que não dizer os princípios e os valores que norteiam os dois rivais — são bem diferentes. O Athletico a por todo um crescimento institucional, primeiro patrimonial, com injeção de valores altíssimos de dinheiro público, dinheiros do cidadão curitibano, dinheiro do cidadão paranaense, que até hoje não foram pagos. Então o Athletico tem uma dívida que ninguém sabe exatamente de quanto é porque é um esqueleto no armário que eles têm. E isso é uma coisa que o Coritiba pode dizer que não tem é esqueleto dentro do armário. E o Athletico não pagou um centavo dessa dívida”, falou o dirigente.
“Então é fácil você ganhar um estádio que certamente vai te trazer ganho técnico, não estou nem falando da questão da grama aqui, que seria até mais polêmico. Mas é fácil você ganhar um estádio que custa R$ 300 milhões — ou em valores atualizados R$ 600 milhões, R$ 700 milhões — que vai te trazer ganho técnico e aí você querer atrelar isso 100% sua gestão que foi boa e a gestão do seu rival que foi ruim. Então pra mim o assunto é mais complexo do que isso, mas a conclusão mais importante é dizer o seguinte: o Coritiba não precisa olhar pro outro lado da cidade para saber o tamanho da sua grandeza. A grandeza do Coritiba é muito anterior a isso e a necessidade de conquistas e bons resultados é independente disso”, concluiu Samir.
De acordo com o último balanço do Athletico, a dívida do estádio com a Fomento Paraná está em cerca de R$ 430 milhões. A questão está na Justiça e um possível acordo está em discussão, mas o principal ime é sobre a legalidade do aumento do orçamento no final da reforma.
O valor do convênio tripartite (Estado, município e clube) era de R$ 184,6 milhões. A quantia, no entanto, saltou para R$ 354 milhões no fim da reforma. Para pagar a conta, o Athletico emprestou R$ 291 milhões da Fomento, mas a liberação da verba não foi feita através do trâmite “normal”, com uma lei aprovada pela Câmara.
