O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quinta (12) que pode autorizar a compra da vacina produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac com o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, mas não pelo preço que um “caboclo aí quer”.

A Coronavac materializou, nas últimas semanas, a disputa política entre o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o presidente, prováveis adversários na eleição presidencial de 2022. Após de um protocolo de intenções para a compra de 46 milhões de doses da vacina, Bolsonaro desautorizou o ministro Eduardo Pazuello (Saúde) e disse que não efetuaria a compra.

Em transmissão ao vivo em suas redes sociais, Bolsonaro disse que autorizaria a compra da Coronavac caso haja comprovação da sua eficácia pela Anvisa e se o preço for ível.

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“Quem vai decidir sobre a vacina no Brasil: Ministério da Saúde, obviamente, e depois a certificação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Da minha parte, havendo a vacina, comprovada pela Anvisa e pelo Ministério da Saúde, a gente vai fazer uma compra”, afirmou o presidente.

“Mas não é comprar no preço que um caboclo aí quer. Está muito preocupado um caboclo aí que essa vacina seja comprada a toque de caixa. Nós vamos querer uma planilha de custo”, completou.

Bolsonaro então acrescentou que vai querer saber se o país de origem da vacina, a china, “usou a vacina lá no seu país”. As constantes manifestações do presidente contra a vacina chinesa coincidem com uma queda da intenção do público em se vacinar e com uma maior hesitação diante da procedência do imunizante, conforme mostrou pesquisa do Datafolha neste mês.

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O presidente também afirmou que não comemorou a morte de um voluntário que participava do ensaio clínico com a Coronavac. Logo após a confirmação do óbito, a Anvisa determinou a suspensão dos estudos clínicos para atestar a eficácia e a segurança da vacina.

No dia seguinte à suspensão, em resposta a um apoiador nas redes sociais, Bolsonaro escreveu insinuando que a imunização de origem chinesa poderia causar morte, invalidez e anomalia. Completou que era “mais uma que Jair Bolsonaro ganha”.

Nesta quarta, quando estava claro que a morte não tinha relação com a vacina, a Anvisa recuou e autorizou a volta dos testes. “Covardemente falaram que eu comemorei a morte de uma pessoa. Onde é que tem um vídeo meu, um áudio meu ou uma publicação minha neste sentido"M627.409,331.563L512.604,306.07c-44.69-9.925-79.6-46.024-89.196-92.239L398.754,95.11l-24.652,118.721 c-9.597,46.215-44.506,82.314-89.197,92.239l-114.805,25.493l114.805,25.494c44.691,9.924,79.601,46.024,89.197,92.238 l24.652,118.722l24.653-118.722c9.597-46.214,44.506-82.314,89.196-92.238L627.409,331.563z"/>