Policiais do 16º Batalhão em Guarapuava (16° BPM) questionaram a versão da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) e do comando da Polícia Militar (PM) de que foi executado um plano de contingência para barrar a tentativa de assalto a uma transportadora de valores na noite de domingo (17).

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O quartel da PM foi atacado pelo bando com tiros de alto calibre e um caminhão incendiado no portão para impedir que os policiais saíssem enquanto outra parte do grupo atacava a empresa para tentar levar o dinheiro do cofre. Na ação, três policiais e um morador da cidade se feriram.

Da primeira viatura do Batalhão de Choque que foi atacada pelos criminosos no quartel, um policial levou um tiro na cabeça, ou por cirurgia e vai ser transferido para Curitiba. Outro PM teve fratura exposta na perna ao ser alvejado. Já o policial que estava ao volante teve ferimento leve no peito mas só não morreu porque o projétil de fuzil acabou contido pelo celular que estava no bolso do colete à prova de balas que foi perfurado. Já o civil levou um tiro de raspão no braço.

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Em nota, os praças (militares que não são oficiais, com as patentes de soldado, cabo, sargento e subtenente) do 16º Batalhão afirmam que a contenção não foi resultado de um plano determinado pelo comando, mas sim de decisões tomadas pelos próprios policiais que estavam trabalhando.

“Nos reunimos nos mais diversos locais e juntos traçamos planos e objetivos de como deveríamos agir. E assim foi feito. Todas as ações realizadas no primeiro momento foram fruto da organização espontânea dos policiais e não de planejamento prévio como está sendo noticiado”, relata o texto dos praças do 16º BPM.

O posicionamento dos PMs de Guarapuava foi encampado pela Associação dos Praças do Estado do Paraná (Apra). A entidade também publicou nota questionando a veracidade do plano de contingência anunciado pelo governo do estado. “Conforme informação relatada pelos praças que estavam no local, inexistiu qualquer plano de contingência elaborado pelas forças de segurança”, diz o texto assinado pelo presidente da Apra, o sargento da reserva Orelio Fontana Neto.

De acordo com o secretário estadual de Segurança Pública, coronel do Exército Rômulo Marinho Soares, e o comandante da PM, coronel Hudson Leoncio Teixeira, a Inteligência da corporação tinha detectado que o Paraná seria alvo a qualquer momento do novo cangaço – crime em que bandos agem com extrema violência, geralmente em cidades do interior, utilizando armamento pesado para atacar as forças policiais enquanto outra parte do grupo ataca bancos ou empresas para levar grandes volumes de dinheiro.

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Por que não houve reforço no policiamento?

O plano de contingência, segundo a Segurança Pública do Paraná, foi manter as viaturas fora do quartel para que pudessem reagir caso a unidade fosse atacada. Enquanto isso, outra parte do policiamento prestaria resposta ao ataque na empresa de valores com o objetivo de abafar a ação e empurrar o bando em direção à zona rural. Fora da área urbana, os policiais poderiam atacar os bandidos sem pôr a população em risco.

“Isso de plano de contingência não é verdade. Eram apenas nove policiais trabalhando naquele plantão, sendo que três já foram alvejados logo de cara na porta do quartel. A pronta ação que houve foi dos poucos policiais que estavam de trabalho, além dos policiais de folga e até dos policiais da reserva, que abandonaram suas famílias para tentar conter os ladrões”, enfatiza o presidente da Apra.

“Se existe realmente esse plano, por que não foi mandado reforço para Guarapuava antes para realmente impedir a ação dos criminosos? Por que só nove policiais estavam de serviço"M627.409,331.563L512.604,306.07c-44.69-9.925-79.6-46.024-89.196-92.239L398.754,95.11l-24.652,118.721 c-9.597,46.215-44.506,82.314-89.197,92.239l-114.805,25.493l114.805,25.494c44.691,9.924,79.601,46.024,89.197,92.238 l24.652,118.722l24.653-118.722c9.597-46.214,44.506-82.314,89.196-92.238L627.409,331.563z"/>